A dor que doeu em mim.

Ontem foi o dia da melancolia.
Dia da nostalgia.
o dia de relembrar algumas coisas do passado, que me deixaram meio assim, sei lá.
Passei por lugares que me remeteram a um lugar na mente que já estava escondido.
Não era pra menos, dia frio, chuvinha, aquela dormidinha da tarde...
Fui pra aula, conversei com uma amiga, ela aos prantos veio me contar que acabou com o namorado. Que tinha medo de ficar sozinha, que a solidão dói. E o pior é que dói mesmo, não tive nem como a consolar, por que eu sei o quanto dói. Avisei pra ela que ela jamais ficará sozinha, se depender de mim, mas a dor dela não passou eu vi. Fiquei pensando, poucas coias são tão importantes quanto minha liberdade. Liberdade de ir e vir, de fazer o que me dá na telha, de dormir a tarde toda e não atender o celular, de sair domingo de manhã pra caminhar e ouvir uma música, de ser eu mesma.
Essa solidão não dói. Vai ver é por que acostumei com ela. Minha amiga ainda não. Pode ser que esteja aí a diferença. Queria mostrar pra ela que não é tão ruim assim ficar sozinha de sexta à domingo. Chegar da aula sexta, assistir a um filme, acordar sábado de manhã, fazer uma faxina na casa, tomar um banho, sair pra ver uma amiga, fofocar até tarde, decidir de última hora a ir pra aquela festa, ir, rir, voltar, domir, acordar as 14hs de domingo, almoçar, dormir, acordar, sair pra passear e dormir denovo por que a semana está pronta pra recomeçar com tudo. Isso é tão bom...De duas opções, uma. Ou ela fica nessa "solidão" por um tempo, depois voltam e fica tudo bem ou voltam de uma vez sem ela saber que não é tão ruim ficar sozinha. Por que nunca estamos sozinhas. Aprendi. Espero que ela aprenda.
A conversa que tive com ela me fez lembrar essa música:

"Eu cansei de ser assim, não posso mais levar
Se tudo é tão ruim, por onde eu devo ir?
A vida vai seguir ninguém vai reparar.
Aqui neste lugar, eu acho que acabou.
Mas vou cantar pra não cair
Fingindo ser alguém que vive assim de bem.

Eu não sei por onde foi, só resta eu me entregar
Cansei de procurar, o pouco que sobrou.
Eu tinha algum amor, eu era bem melhor, mas tudo deu um nó e a vida se perdeu.

Trocadilho.